CIEB divulga raio-X do uso de tecnologia em 15 redes de ensino - PORVIR
Crédito: Andrew Kras/Fotolia.com

Inovações em Educação

CIEB divulga raio-X do uso de tecnologia em 15 redes de ensino

Guia Edutec estudou visão, competências, recursos digitais e infraestrutura de 14 estados e do Distrito Federal

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 31 de março de 2017

Nesta sexta-feira (31), o CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) divulga o Guia Edutec (clique para baixar), estudo realizado ao longo de 2016 que faz um diagnóstico do grau de adoção de tecnologia nas redes de ensino de 14 estados e no Distrito Federal.

“O marco conceitual dessa ferramenta é a teoria das quatro dimensões, que mostra que para a tecnologia ter impacto positivo na educação, deve contemplar simultaneamente uma visão clara do porquê a usar a tecnologia, competências de professores e gestores, tipo e acesso a conteúdos e recursos educacionais digitais e infraestrutura. Quando umas dessas dimensões está muito desenvolvida e as outras estão muito baixas, significa que os investimentos públicos não foram feitos corretamente. É mais importante estar em equilíbrio e avançar assim, do que ter uma dimensão muito avançada que não vai ter impacto no processo de ensino e aprendizagem”, diz Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB.

– Conheça o guia Tecnologia na Educação do Porvir

Foram detectados gargalos nas redes estaduais de ensino entre os 14 estados e o Distrito Federal que participaram da sondagem. “Existe um desequilíbrio entre as dimensões e um gargalo com infraestrutura e competências, com algumas diferenças entre estados”, afirma Lúcia. A executiva do CIEB lembra ainda que, quando questionados se recebiam formação específica para o uso de tecnologia, a maioria dos professores dizia que sim, porém não se sentia competente. “Isso levanta a dúvida se o tipo de capacitação é adequada para tornar o professor mais seguro com suas práticas pedagógicas”. O tema será levado a discussão no próximo encontro da série Conecte-C, que reúne diversos atores do ecossistema de educação, no final de abril.

A disparidade, segundo o CIEB, é um sinal de que a nova política de tecnologia educacional não pode ser igual para todas as unidades da federação e nem partir da premissa de que a realidade é parecida. “A diferença entre estados já eram esperadas, mas há um desequilíbrio entre as dimensões dentro de uma mesma rede. Havia estados com alto nível de capacitação de professores, mas com infraestrutura lá embaixo que não permite que o professor use as competências adquiridas”.

Veja abaixo algumas conclusões

Infraestrutura é o principal gargalo:
– Equipamentos: apenas 3% das escolas contam com computadores dentro de todas as salas de aula;
– Conectividade: Em apenas 19% das escolas a conectividade tem velocidade suficiente para o acesso simultâneo dos alunos a vídeos e jogos;
– Suporte técnico para equipamentos: 74% das escolas estão insatisfeitas com o suporte ofertado pela secretaria de educação.

Competências é o segundo maior desafio das redes de ensino:
– Uso limitado da tecnologia: 69% dos professores utilizam tecnologia apenas para preparar as aulas ou fazer apresentações
– Falta de formações: 67% dos professores não participaram de formações sobre o uso de recursos tecnológicos para educação, ou fizeram apenas cursos sobre o uso de ferramentas básicas;
– Formações das secretarias pouco valorizadas: Entre os professores e diretores que fizeram formação, apenas 27% ficaram satisfeitos com as formações ofertadas pela secretaria e 1% as consideram excelentes.


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aplicativos, conectividade, ensino fundamental, ensino médio, formação continuada, formação inicial, tecnologia, videoaulas

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