Ferramentas online permitem ao estudante entender seu progresso e exercer protagonismo
Saiba como escolas estão adotando recursos que facilitam o trabalho autoral e colaborativo a partir de textos, áudio e vídeo
por Ruam Oliveira 4 de novembro de 2021
Quando se fala em ferramentas tecnológicas, um dos pensamentos que surgem é sempre a ideia de que elas vieram para facilitar alguns processos. Porém, incluir tecnologia dentro da sala de aula não quer dizer unicamente tornar uma atividade mais fácil – seja para o educador, seja para o aluno.
Tecnologia em sala de aula é também incentivo à criatividade, ampliação de possibilidades de ensino e aprendizagem, um caminho possível para garantir que os componentes estão sendo trabalhados de maneira significativa. E, sendo assim – principalmente durante e após o período de pandemia –, muitas escolas, educadores e educadoras passaram a usar uma gama variada de ferramentas tecnológicas para fazer acompanhamento de tarefas ou até mesmo incentivar que os estudantes tornem-se produtores de conteúdo.
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O Sway, plataforma da Microsoft que traz uma variedade de usos como blog, portfólio, inserção de imagens, áudios e vídeos, é um exemplo dessas ferramentas que trazem para a vivência dos estudantes a possibilidade de criação e, por consequência, para o lugar de protagonistas.
Cláudia Ayres Paschoalin, diretora geral do Colégio Marista Glória, em São Paulo (SP), conta que o uso de ferramentas que podem reunir diferentes formatos de conteúdo, de forma linear, é uma maneira também de garantir a continuidade da aula, inclusive em contextos de ensino híbrido.
Nem sempre é possível que o educador acompanhe tudo o que as crianças estão recebendo, principalmente na modalidade online. É nesse contexto que o colégio onde Cláudia atua mais tira proveito da ferramenta, especialmente com as crianças dos anos iniciais.
“Essa questão de poder ter na mesma ferramenta, recursos motivadores, recursos de sistematização, links de jogos de vídeos, você consegue construir um trabalho em cima de um conteúdo de maneira inteira”, conta. “A criança consegue ver começo, meio e fim pela forma como ela é conduzida e consegue ter recursos para ampliar o conhecimento. Para sistematizar esse conhecimento hoje em dia, as professoras continuam usando e os alunos maiores também já incorporaram essa ferramenta como um jeito de construir o trabalho”.
O coordenador de ensino fundamental no Grupo Marista, Tiago Franceschini da Rosa, aponta que a tecnologia pode ser positiva quando traz esse fator organizacional, permitindo que as crianças façam a gestão de seus próprios processos também.
“O protagonismo está nesse movimento não só de pesquisar, encontrar e descobrir. Hoje, o importante da tecnologia no protagonismo [das crianças] é a possibilidade de que essas organizações, essas criações também sejam possíveis de serem realizadas pelas crianças”, diz.
A diretoria em que Tiago atua realiza o “Projeto de Intervenção Social”, que consiste em pedir às crianças que escolham um tema que percebem em suas vidas cotidianas e planejem, a partir disso, ações. Todo o processo de escolha do tema, ações que as crianças gostariam de fazer etc são registradas no Sway e servem como registro dos projetos que duram o ano inteiro. Em outubro deste ano, a rede Marista realizou um fórum comandado pelas próprias crianças, que abriu espaço para que elas compartilhassem seus projetos com outras unidades em diferentes Estados. Em 2021, foram 512 projetos cadastrados.
Outro aspecto destacado por Tiago, também voltado à questão de registro, é a possibilidade de que as famílias acompanhem esse processo dos estudantes. Ter em uma mesma ferramenta um espaço que permita a pais e mães verificar quais as atividades realizadas por seus filhos, é um fator positivo.
O educador conta que as famílias foram muito receptivas na apresentação dos projetos e isso se refletiu também na maneira como os educadores e educadoras se engajaram no uso da ferramenta. “As famílias já se acostumaram a receber um link do Sway”, conta.
Experiências em sala de aula
Na seção Diário de Inovações, você encontra o relato da professora Luciana Mendonça Rodrigues, de Itajubá (MG), que criou um jornal online com seus alunos do fundamental 1. Em atividades durante o período de aulas remotas, alunos gravaram vídeos, produziram textos e desenhos para mostrar como tem sido o período de aulas remotas e isolamento social.Confira.
Outro projeto inspirador, realizado com crianças na educação infantil, é o da professora Tanymara Paganelli, que atua no Pré-Escolar Eliane Welk Kreutzfeld/ CMEI Robson da Silva Breis, em Jaraguá do Sul (SC). Atividades e brincadeiras com folhas, galhos, pedras, flores, areia, argila e água deram origem ao projeto que oferece às crianças a possibilidade de vivenciar e explorar, desaceleradamente, elementos da natureza. Para compartilhar o projeto com as famílias, sem imprimir inúmeras fotos e papéis que acabariam no lixo, a ideia foi utilizar as ferramentas digitais QR CODE aliadas ao Sway.