Aliar aulas síncronas e assíncronas depende de avaliação da conectividade – PORVIR
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Aliar aulas síncronas e assíncronas depende de avaliação da conectividade

É preciso estar atento aos diferentes cenários de conectividade apresentados pelos alunos

Parceria com Microsoft

por Ruam Oliveira ilustração relógio 13 de maio de 2021

Antes mesmo que a pandemia existisse, era comum na maioria das escolas que algumas atividades fossem deixadas para serem feitas em casa. A famosa lição de casa é um exemplo de atividade assíncrona que tanto tem sido discutida nesse contexto de pandemia.

A fim de esclarecimento, os momentos síncronos são aqueles em que a turma está junta com o professor, seja em ambiente virtual ou presencial. É quando corre-se o risco de a conexão cair, quando o professor pede para o aluno abrir a câmera etc. Já as atividades assíncronas são aquelas realizadas fora do horário de aula, geralmente quando o aluno não está próximo do professor.

Julci Rocha, diretora da Redesenho Educacional e Microsoft Fellow, aponta que é muito raro hoje em dia, principalmente com a pandemia, que existam colégios que trabalhem inteiramente de forma síncrona. Para ela, as aulas remotas têm levado a um cansaço de estar em frente às telas por tanto tempo.

Especialista em educação online, Julci aponta que os momentos síncronos geralmente possuem uma finalidade muito específica e que muitas coisas podem acontecer de maneira assíncrona. “Uma característica da educação online é essa maior liberdade de tempo e espaços diversos, diferente da educação presencial em que todos estão em um período determinado. A educação online dá essa autonomia para o sujeito construir seus próprios momentos”, diz.

Um desses raros exemplos e que vai na contramão da grande maioria dos colégios brasileiros é a Escola Germinare, em São Paulo. Márcia Ovalle, que dá aulas de gestão de pessoas para alunos das séries finais do ensino fundamental, conta que a escola segue inteiramente num regime síncrono, com aulas em tempo integral. Márcia conta que os alunos possuem os aparelhos adequados para a aula e não sofrem problemas de conectividade, o que acaba sendo uma vantagem.

E a experiência deles usando ferramentas digitais começou bem antes da pandemia. Desde 2017 a escola aboliu o uso de apostilas físicas, por exemplo, e vem trabalhando com o auxílio de tablets em sala de aula.

“Fomos criando uma rede de suporte interno entre os professores, ensinando passo a passo como poderíamos fazer para otimizar [o trabalho]”, comenta Márcia. A primeira experiência da escola com educação inteiramente online foi durante a greve dos caminhoneiros, em 2018. A professora relembra que foi um susto, e que a escola precisou se mobilizar para garantir a continuidade das aulas. Passado esse primeiro choque, a direção da escola resolveu investir mais firmemente nessa modalidade e quando a pandemia chegou, estavam um pouco mais preparados que muitas outras redes.

Usando o aplicativo OneNote, os estudantes aos poucos foram migrando do caderno físico para o digital e quando aconteceu a determinação de fechamento das escolas, a grande maioria já estava habituada ao uso dessas ferramentas agregadas ao Microsoft Teams.

A especialista em educação online, Julci Rocha, destaca que ter essa interação entre OneNote e Microsoft Teams pode muito facilitar os processos em sala de aula, seja num modelo síncrono ou não.

Para Fernando Puertas, educador Microsoft, é importante que os momentos síncronos e assíncronos sejam pensados a fim de garantir um bem-estar tanto dos professores quanto dos alunos.

Imagina ver um mosaico de 30 alunos ou 30 colegas pelo celular? A depender da qualidade de hardware que os alunos têm acesso, a experiência pode ser muito diferente

Não é que devam ser rivalizadas uma ou outra opção, o ideal é que exista um equilíbrio entre atividades síncronas e assíncronas. Fernando destaca que a educação demanda de interações, que atualmente são conseguidas por intermédio das telas, e se elas se tornam maçantes ou cansativas, podem atrapalhar ou até mesmo interromper processos educativos que provavelmente iriam suscitar.

 

E quais estratégias usar?
Pensar em ferramentas e estratégias que podem ser usadas quando existe mais ou menos conectividade acabou se tornando um trabalho conjunto de gestão e dos próprios professores. Quando o assunto são ferramentas, o Microsoft Teams aparece como uma das opções de uso em aula, principalmente por ter a possibilidade de trazer para dentro de si outros aplicativos  já adotados por educadores, como é o caso do OneNote.

As estratégias devem passar, também, por dois pontos: diversidade e idade, aponta Andrea Barreto, professora de Ciências da rede municipal do Rio de Janeiro e Microsoft Innovative Educator Fellow.

Andrea observa que o professor precisa estar atento às idades dos alunos e entender que quem é mais novo não consegue manter o nível de atenção por tanto tempo quanto aqueles que estão nos anos finais, por exemplo.

Sobre diversidade, a professora se refere às diversas possibilidades de trabalho na educação online e a responsabilidade de escolha consciente. Diferentemente da Escola Germinare, que é um caso bem-sucedido quando o assunto é conectividade, grande parte dos estudantes brasileiros, principalmente do ensino público, enfrentam dificuldades no acesso aos materiais de estudo. Muitos deles dependem de um único smartphone na casa para poder estudar.

Não adianta eu dizer que ‘agora vamos ver um vídeo super bonito’, se o aluno está vendo no celular. Não adianta enviar um PDF de muitas páginas se ele está lendo pelo telefone

É importante também que o professor observe as próprias ferramentas que possui antes de traçar uma estratégia. “Uma coisa muito importante que muitas vezes a gente não pensava quando da interação física é que quando proponho um site ou arquivo para o aluno, preciso pensar como vai ser a experiência desse aluno ao receber o que estamos mandando”, diz Fernando. Não se trata de tornar a experiência simplória, mas de garantir que o estudante receberá algo com que consiga lidar.

“Ao invés de enviarmos arquivos em PDF é possível converter o material para PowerPoint, que fica maior na tela, fica mais fácil para o consumo”, sugere Fernando. O uso do PowerPoint é recomendado tanto por ele, quanto por Andrea, pela possibilidade de usos em diferentes níveis de conhecimento do programa e por ser possível entregar um conteúdo mais legível a quem depende de telas pequenas.

Uma outra estratégia é começar pelo básico e ir crescendo com o tempo. Se o professor maneja bem o PowerPoint ou se dá bem com o Teams, pode começar trabalhando com eles e depois ir adicionando novos programas e agregando funcionalidades.

A gente não forma os alunos para isso [ter autonomia], ficamos sendo tutores da educação infantil ao ensino médio e o estudante chega na faculdade e enfrenta problemas

Apesar de ter uma vivência mais tecnológica, Márcia destaca que não é possível transpor o que acontece no presencial inteiramente para o digital. Esse foi um problema observado também por Julci, que destaca a importância de entender o momento atual e usá-lo, dentro das estratégias, como forma de estimular mais autonomia dos estudantes, o que a modalidade assíncrona possibilita de variadas formas.

Aplicativos que podem te ajudar em momentos de mais ou menos conectividade

Teams – que consegue gerenciar o conteúdo de maneira síncrona, com possibilidade de gerenciar outras áreas e atividades de maneira assíncrona, além de ter chats internos.

FlipGrid – bom para criar debates interessantes na classe.

Sway – Uso como portfólio. Quando se está trabalhando com projetos, pode ser uma excelente pedida.

Mentimeter – é possível fazer slides com perguntas, enviar para a turma, e conforme forem respondendo as respostas vão aparecer como nuvem de palavras. É uma ferramenta legal para alinhar alguma percepção com a classe.

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coronavírus, educação infantil, ensino fundamental, ensino remoto, tecnologia

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